A imagem que decide?
(sobre uma notícia velha. Mas ainda necessária)

Uma "notícia” já bastante velha.... Digo assim porque já faz muitos meses que assisti a cena a seguir. Ou seja, um bode que não dá mais para espiar direito, mas a imagem não se desenquadra da minha cabeça... Vi as fotos e o cartaz do filme “Trair e coçar é só começar” na porta de um cinema num shopping e não gostei. Coisa horrenda ver fotos posadas, com atores fingindo uma interpretação que certamente não deve ser a melhor de suas vidas... Atores mal pagos, mal dirigidos ou entediados de se verem obrigados a posar...? Vá saber. Não, se passasse pela minha cabeça ir ao cinema naquele dia pra ver um filme nacional e me utilizasse do mesmo critério de quando criança lá em Minas, decidindo-me pela empatia com as imagens do cartaz e das fotos, tranqüilamente que não entraria nunca para ver aquele filme. Depois, claro, se entrasse e não gostasse teria que reclamar ao papa.

Não quero julgar o filme que nem vi. Injusto. Nunca! Isso não, estou julgando a qualidade da embalagem do produto.... Se é que se pode assim chamar.

Bom, há de convir que os caras que decidiram por aquela “promoção”, digo aquele suporte insustentável com cartaz e fotos do aludido filme não pensaram mesmo em atrair as atenções dos transeuntes para essa película. Não pensaram nos pobres mortais que transitam “nos lojinhas” do dia-a-dia para que engolissem o seu peixe. Acharam. Aliás, acham sempre que os pobrinhos dos consumidores compram qualquer peixe, embrulhado em qualquer jornal, né não?!

Voltando. Naqueles idos dos anos 70, quando o velho e bom cinema só existia (e sobrevivia muito bem) com suas portas diretas para rua, cartaz e fotos eram fundamentais (e deve continuar sendo) para chamar o público. E olha que essa coisa de imagem, da obrigatoriedade de se saber ler uma, provavelmente não existia nem em ficção científica! Televisão ainda era uma criança e poucos sabiam da sua potencialidade (ou imbecilidade, se quiser). Mas quando me deparei com essas fotos e o cartaz desse filme... Imediatamente puxei do meu arquivo essa modesta experiência. Cuja lição não deve servir mesmo a ninguém, exceto à minha opinião na hora de tirar as escamas do meu próprio peixe.