A continuidade d’Eles
Eu arrumei uma ideia, filha de uma outra que já me era de outra, de outra, de outra... Eita. Eita! Ideia boa eu acho que é assim mesmo, a gente vai sempre aumentando-a em desdobro de família para que a danada nunca saia do nosso cartaz. O leitor pode achar estranho esse gabando indo daqui pra ele, num alisamento de toco de coruja, que os danados olhos de uma nem vê razão. Mas o meu dizer é porque os assuntos não se secam assim, como fonte d’água. Mesmo depois do passar de anos e anos no novelo disso.
Escrevi em uns tempo aí, de um casal de minha terra, bem mais apaixonados do que as gentes de mentirinhas e verdades dos romances todos das literaturas dos por aís, is, is dessa vida... Digo de Ele e Ela (quem não leu, basta ir nos arquivos disso e... ), em duas partes que fiz, dizendo de dois doidos de beberrões da quase calçada que sempre foi Ela, agora socorrida que anda por esse amor de Ele.
Soube por conversa fresca, chegada em fio imaginário de celular, em caso de fofoca urgente – por causa do preço salgado desse tipo de telefonema – que Ele e Ela, já vivendo dos botões e grotões do amor, vão se casar em igreja, com padre, padrinho e tudo. Sabe-se, ou suspeita-se, que parte da comunidade (mais católica do que entendedora de lavouras) daquela cidade - queu nunca disse o do onde em nome e geografia, a não ser o estado, que é o de MG - vai tentar fazer o gato miar no telhado na hora da reza do amor, só pra esses modos deles não vingarem de mordidas de amores e perdidos um pelo outro que estão. Oh! e gente desamada que muitas vezes há, tanto nos por lás e nos por aquis, sempre fica querendo desrroer o que o rato já consumiu em desejo e fúria. Inveja, cabras, inveja é lepra terrível nos ares das peles das gentes e dos outros!
Vá de satanás, bem reto do meu longe, cabra! Ô!
Ele e Ela não sabem e nem querem saber disso, vivem, vivem, vivem num para outro de paraíso, em beijos e sobras de alegrias, que os tantos dos outros não vêem em suas casas e lares! Nunca esses outros certos de vida que são, nem sabem o por onde se inicia a letra para escrever, que seja, a palavra f-e-l-i-c-i-d-a-d-e. São permanentes em si mesmos, e somente para si o são.
Moacyr Scliar: Ciumento de carteirinha
Há 5 anos
Um comentário:
Karo K K. O Kortazar tem um konto (oa)ntológigo kujo título soa no teu: Kontinuidade dos parkes. O dele akaba mal, porke se situa pra lá de Buenos Aires. Se fosse em MG, ao menos uns míiu pra dar pros pombos sobra. Amplexos do JeosaFÁ
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