Ais e uis
Estou há duas semanas sem ânimo pra escrever, ou preguiça pura. Coisa que dá em gente, mesmo, e não em árvores. Me vejo, às vezes, nos parafusos e fico rodando, rodando, me apertando no aqui e no acolá dos meus becos, das minhas quebradas, dos meus ais de gemidos miúdos e graúdos. Ah, assim vou-me no construindo da força o meu avesso de poesia e música no Universo, tudo sem o mínimo de autorização dos quens e sins da vida.
Faço, pulo, grito, aconteço, teço, meço e vou no desmedido do terço. Esse é o gemido. De guerra. E viva a vida, que ela é sonho acordado de dormidos! Eu e meu amigo Edson Tobinaga (parceiro de *Os Conversadores) falamos poesia e música para pelo menos trezentos jovens em Louveira, SP, no último dia onze de novembro. Quase todos estudantes do ensino médio daquela região. Um luxo, sem tirar nem por uma vírgula; show completo, no taco, gritos e aplausos, uis e ois para um diálogo pleno, entre arte e gente. Isso é o Conversar, tramar. Ganhamos até abraço e clics de fotografias para posar na deixa daqueles que são, como público e gente, inesquecíveis em nossos desnivelados e eternizados corações. Uma emoção só. Reitero: um luxo, único.
(Acham, uns tantos e outros, que poesia e música que não entra e nem sai de rádios FMs não dá ibope e nem “segura” uma galera... Morram os achos todos deles, rá!).
Assim fiquei, depois daquele dia onze, em toca, sem querer dizer nada, só o mínimo, só no meu próprio rabo, tentando me enxergar no osso, pra não desdizer o que digo em mim, no ouvido do meu sangue desentalado. E fico assim mesmo, cravado na boca dos meus lábios na testa da minha teimosia paralisada, como se aqueles trezentos já fossem o pleno, o todo da vida em nós...
Me belisco o beiço, a bunda, preciso me tirar da cadeira, pois, pois, muitos, muitos outros trezentos virão, creia quem crer, estamos chegando pra conversar: música, poesia, música, poesia, música, alegria.
Em tempo: depois desse evento, também me curei em definitivo do olho, em cirurgia rápida e simples - pra quem não via além de nuvens, Já posso ver o mundo com os dois. Olhares. Assim, vamos adiante, sem preguiça e nem trégua, o tempo não pára – como o dito Cazuza.
*OS CONVERSADORES no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=pv&uid=17150944691872588412
Moacyr Scliar: Ciumento de carteirinha
Há 5 anos
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