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8 de nov. de 2010

O silêncio




Eu havia buscado um café bem amargo, que dei-lhe boca-abaixo com ternura e carinho, e ela fez uma caretinha feia e me olhou bem piedosa. Eu sorri, só sei fazer isso, e não era escárnio de minha parte, é o meu jeito simplório de não achar nada em nada. De pensar que tudo é normal na anormalidade mais absurda das coisas.

Eu entendo, remédio de café é bem pior, e só não deve ser mais do que a morfina em doentes terminais de câncer... já me contaram, eu nunca vi, mas pessoas, às vezes tem que tomar morfina para passar desta para outra e não sentir fome, ao menos no sono profundo, por um tempo. E isso é se drogar?

Ah, não sei. Elizabete vai me entender, haverá de me perdoar e saber que café não é tão ruim assim. Mesmo o amargo.

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São Paulo, São Paulo, Brazil

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