Páginas

15 de mai. de 2011

Inscrito para nada se pensar agora ou nunca

Vamo-nos. Indo.

O corpo reto, andando em rima numa direção qualquer, batendo pernas nos versos, nos miolos... Isso poderia ser o início de uma tragédia ou uma novelinha fresca e virgem, boba. Eu sou o gol para tua bola me partindo ao meio, eu sou o campo aberto para chutes, cabeceadas, goleadas, pernadas. Ah, eu me chuto como Pelé e me disfarço como Edson! Eu sei bem disso me distraindo em conversa boa, saindo pelo cano das veias do meu pescoço torto de olhar-te nua no verso da minha página virada.

Foste o pulo do meu gato no nu do meu pelo indo pelos pardos da noite, caindo pelos telhados. Fui tantas vezes o tolo fabricando-lhe felicidades... Ah, não vais rir muito mais comigo, como riria se ainda eu lhe devesse beijos bem sinceros?! A vida anda me querendo dela pra cavar coisas em cabeças de cavalos, e isso eu vou sim provar até o osso do meu diletante ofício de dançar nos fios desequilibrados das ruas que vão me tecendo por aí. Sou mais que carne. Osso de ruir. Arre.

Em transparente sinceridade, eu procuro copiar do barulhinho de vida das crianças brincando nos parques ou em seus recreios escolares. Elas, as crianças me dizem sempre, se estou ou não vivo. E isso tem me bastado, ainda que eu não escreva ou pronuncie uma linha aproveitável ao dia.

E isso que digo em escrito aqui, agora, derretendo, quero de verdade que não seja nada mais que mentira, seriamente pensada no vão da minha mão enganada. Nada mais que isso. Pura mentira de se pensar como verdade para provocar a mim mesmo indo e vindo nisso de escrever para inscrever.

O que inscrito já fico. Já. Ai.

2 comentários:

Georgeta disse...

Quarta-feira de frios, não juntei lenha para ter as cinzas e esse inverno avisou só ontem. O mofo do casaquinho será meu sucesso de hoje daqui a pouco, depois que acabar isso aqui e saiu.
Hoje tem manicure. Tenho pintado as unhas de preto. Delícia isso de esolher a cor naquele monte de vidrinhos...
(Cara.. adoro ler você...)

Cacá Mendes disse...

Ah, o frio funciona como calmante, sopro na alma... Eu vivo sem lenha, na base da sorte.
Obrigado por tua presença, sempre!

São Paulo, São Paulo, Brazil

Seguidores

Visitas