Frescura... Deus A e Deus B
A frescura, o esnobismo, o orgulho bobo ostentado por muitos, principalmente os que representam a classe média – a média baixa, a média-média e a média-alta (três extratos da mesma lata), não vêem além dos seus umbigos. Essa dita classe (subdividida em três) é aquela que vive escapando a quaisquer custos da pobreza e da miséria, espezinhando os seus iguais para se manter... Seja lá qual for o preço que se pague, não há dúvida, que o ajuste de contas para se manter no andar invadido será líquido e certo. Se matar for preciso, se roubar for preciso, se tripudiar for preciso... Não importa: descer no degrau da vida é que não vai mesmo! Assim, se algum pecado capital for inevitável, Deus vai perdoar, mas não haverá retrocesso nessa escalada...
Quando falo em frescura dessa classe, falo do seu desprezo pelos que ficam à deriva; nem estou falando por aqueles que nem tentaram; falo em defesa dos que tiveram seus sonhos barrados e não abriram mão da sua ética, da sua moral e se recusaram a quaisquer pactos sinistros.
Essa frescura que transborda até nas telas dos aparelhos de TVs, nas telas dos cinemas, computadores; nos jornais impressos (ridículos jornais, vendedores de imóveis e carros com suas enfadonhas páginas inteiras – feias, horríveis; talvez tão horríveis quanto àqueles que decidem comprar um imóvel a partir de um anúncio de jornal; quanto àqueles que produzem essas páginas horrendas nem perderia meu tempo! Arre!), nos risíveis centros comerciais. A frescura funciona como uma espécie de invólucro, para mascarar os anéis em dedos monstruosos e sujos de sangue da miséria que ela mesma vai produzindo no seu caminho.
Essa frescura se reflete até no barulho dos calçados nos mármores infinitos, nos arrozes de festas, nas igrejas de Deus “A”. Basta observar as suas reuniões festivas e multicoloridas, onde, tanto homens como mulheres, estão meticulosamente vestidos para encantar... Digo, para enganar. E Deus “A” existe para protegê-los em caso d’alguma coisa sair errado. Depois, estão sempre com Deus “A” na boca, mesmo quando comem, defecam, matam, esganam... Claro, esmero e elegância são termos colocados nos dicionários para servi-los plenamente, quando da necessidade de um eufemismo diante da maior grosseria que seja.
Agora, se ela perde isso (esmero e elegância) cai na vala dos comuns... Aí, está fodida. Seus pares não suportam escancaramentos. Que Deus “A” livre aqueles que caem em desgraça. Oxalá.
(Já, Deus “B”, que é dos pobres... Só se vai a ele pelos subterrâneos, pelos canos dos esgotos, pelas quebradas e becos; só se vai a ele depois que pagar o dízimo ao Merda do enviado Menor – porque o Maior, não pertence aos esgotos, pertence aos palácios, onde mora Deus “A”. E Deus “B”, lá não tem vez na farinha)
Agora, estou cheio de conversa mole, porque mesmo o alfabeto sendo enorme, não há lugar para tantos deuses... E eu estou fora disso, sou completamente desletrado nessa matéria.
E frescura pra mim, só a da água.
Fora da Órbita
Depois de longo castigo que impus a Woody Allen, não assistindo aos seus filmes, acabei por me render a esse americano. Capitulação total diante do seu “O Sonho de Cassandra”. Sua nova visita à tragédia grega, ao seu modo, que aborda questões emblemáticas do homem dessa classe (a que menciono acima) e sua (in)capacidade para manter a elegância e o esmero até o fim...
Quem não viu ainda, vá. Em cartaz no Espaço Unibanco de Cinema, e penso que não deve ficar muito mais por lá. Pena que no final do filme a platéia é quase cegada por duas colunas de luzes à sua frente, nas laterais e, o projecionista, que deve ser um desorientado pela direção do Espaço, acende-as logo que aparecem os primeiros sinais do letreiro. Mas seja persistente como eu e vá, vale a cegada no final... Ops, quase saiu outra coisa.
A frescura, o esnobismo, o orgulho bobo ostentado por muitos, principalmente os que representam a classe média – a média baixa, a média-média e a média-alta (três extratos da mesma lata), não vêem além dos seus umbigos. Essa dita classe (subdividida em três) é aquela que vive escapando a quaisquer custos da pobreza e da miséria, espezinhando os seus iguais para se manter... Seja lá qual for o preço que se pague, não há dúvida, que o ajuste de contas para se manter no andar invadido será líquido e certo. Se matar for preciso, se roubar for preciso, se tripudiar for preciso... Não importa: descer no degrau da vida é que não vai mesmo! Assim, se algum pecado capital for inevitável, Deus vai perdoar, mas não haverá retrocesso nessa escalada...
Quando falo em frescura dessa classe, falo do seu desprezo pelos que ficam à deriva; nem estou falando por aqueles que nem tentaram; falo em defesa dos que tiveram seus sonhos barrados e não abriram mão da sua ética, da sua moral e se recusaram a quaisquer pactos sinistros.
Essa frescura que transborda até nas telas dos aparelhos de TVs, nas telas dos cinemas, computadores; nos jornais impressos (ridículos jornais, vendedores de imóveis e carros com suas enfadonhas páginas inteiras – feias, horríveis; talvez tão horríveis quanto àqueles que decidem comprar um imóvel a partir de um anúncio de jornal; quanto àqueles que produzem essas páginas horrendas nem perderia meu tempo! Arre!), nos risíveis centros comerciais. A frescura funciona como uma espécie de invólucro, para mascarar os anéis em dedos monstruosos e sujos de sangue da miséria que ela mesma vai produzindo no seu caminho.
Essa frescura se reflete até no barulho dos calçados nos mármores infinitos, nos arrozes de festas, nas igrejas de Deus “A”. Basta observar as suas reuniões festivas e multicoloridas, onde, tanto homens como mulheres, estão meticulosamente vestidos para encantar... Digo, para enganar. E Deus “A” existe para protegê-los em caso d’alguma coisa sair errado. Depois, estão sempre com Deus “A” na boca, mesmo quando comem, defecam, matam, esganam... Claro, esmero e elegância são termos colocados nos dicionários para servi-los plenamente, quando da necessidade de um eufemismo diante da maior grosseria que seja.
Agora, se ela perde isso (esmero e elegância) cai na vala dos comuns... Aí, está fodida. Seus pares não suportam escancaramentos. Que Deus “A” livre aqueles que caem em desgraça. Oxalá.
(Já, Deus “B”, que é dos pobres... Só se vai a ele pelos subterrâneos, pelos canos dos esgotos, pelas quebradas e becos; só se vai a ele depois que pagar o dízimo ao Merda do enviado Menor – porque o Maior, não pertence aos esgotos, pertence aos palácios, onde mora Deus “A”. E Deus “B”, lá não tem vez na farinha)
Agora, estou cheio de conversa mole, porque mesmo o alfabeto sendo enorme, não há lugar para tantos deuses... E eu estou fora disso, sou completamente desletrado nessa matéria.
E frescura pra mim, só a da água.
Fora da Órbita

Quem não viu ainda, vá. Em cartaz no Espaço Unibanco de Cinema, e penso que não deve ficar muito mais por lá. Pena que no final do filme a platéia é quase cegada por duas colunas de luzes à sua frente, nas laterais e, o projecionista, que deve ser um desorientado pela direção do Espaço, acende-as logo que aparecem os primeiros sinais do letreiro. Mas seja persistente como eu e vá, vale a cegada no final... Ops, quase saiu outra coisa.
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