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30 de jun. de 2008

Comunicação, estritamente, pensada (parte II) em teste de aproximação entre pessoas do sexo oposto - que se atraem.

Eu entro no metrô, desço a escada rolante levemente embriagado por uma moça de cabelos curtíssimos e tento captar os seus olhares e saber qual é. Mas a moça não me dá a mínima, continuo. Eu solto um pigarro e continuo insistindo na direção daquela que me embriaga. Fico imaginando se ela é plugado no SICI - Sistema Integrado de Comunicação Imaginária – pelas vias legais ou se é de forma pirata ou, se nem mesmo é plugada ao Sistema. Estamos no ano de 2020 e os trens são equipados com aparelhos capazes de detectar quaisquer usuários que se utilizam de forma indevida o SICI.


O que muito me chateia neste caso em que persigo a moça, desde a entrada no buraco da estação... Logo que penso na possibilidade dela utilizar de forma indevida o Sistema, já penso em mudar de idéia.

(Pois, quem não vive neste futuro próximo não sabe o que é ser pego pelos equipamentos do metrô, rastreando chips que se utilizam de forma ilegal do SICI).

Por isso mesmo pude ver que seus cabelos esverdeados de uma tinta brilhante ofuscavam os seus olhos, deixando-os levemente escondidos, resguardados de quaisquer tentativas de penversar (o conversar/pensar de nós outros desta era). Assim, me entristeço azul num canto do vagão do metrô, todo rodeado de imagens de propagandas vivas (os vagões por dentro serão todos revestidos de uma tela de plasma – espécie de TV gigante, na verdade...). Arre, que raiva desse futuro.

P.S.: a história desse futuro continua mais adiante.



Fora da órbita
Vinte crianças foram enterradas no Pará, vítimas de um hospital; vítimas de um hospital... Vinte crianças foram enterradas ontem, vítimas de um hospital; vítimas... umas vinte. Vítimas foram de um hospital... vítimas, essas crianças foram de um hospital as vinte crianças vítimas. Vinte.


http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid197398,0.htm

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São Paulo, São Paulo, Brazil

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