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7 de jul. de 2008

O dia do caçador


Jonathan dos Santos bem poderia ser um caçador de esmeraldas, um Indiana Jones, um aventureiro qualquer, um tipo assim fanfarrão e de bem com a vida, como dizem por aí... Mas não, Jonathan que provavelmente nem leu, do seu xará, As Viagens de Gulliver, o Swift (que não tem nada que ver com aquela empresa dos produtos alimentícios enlatados), é apenas cidadão brasileiro, da cor e da classe dos mais pobres, como a maioria do povo brasileiro, provavelmente sem muita instrução...

Por aí vão as coisas, logo podemos notar que Jonathan teria sim tudo para ser esquecido após três dias de desaparecimento em parte da Selva Amazônica, quando saiu para caçar algo para o estômago seu e da família... E foi esquecido sim! Exceto pelas figuras que o trouxeram a esse mundo, seus pais.

Após cinqüenta dias de intensa procura, o pai o encontrou caído e já quase sem vida, apenas tentando balbuciar palavras... Ao reconhecer a pessoa que o colocava nos braços naquela situação, o rapaz fechou os olhos e se embalou no sono dos eternos.

Assim Jonathan, o caçador, sairia desse mundo sabendo que pelo menos o seu pai não acreditou que aquele dia seria mesmo o dia da caça.
http://www.maskate.com.br/?pg=ver.news&id=1262




Fora da órbita
Depois da morte daquelas vinte crianças (leia-se bebês anunciados aqui na segunda passada) morreram mais doze, vitimadas pelo mesmo hospital... Segunda as autoridades do Pará, trinta e duas mortes de bebês em curto espaço de tempo num mesmo hospital, está dentro do suportável...

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu aposto que quando vc começou a escrever essa crônica ou bem antes. Vc se transportou como que telapaticamente para o lugar daquele Pai, esse cidadão anônimo. Que por um momento representou toda sociedade brasileira deixada á margem de seus direitos de ser humano. Mas fico feliz em saber mesmo com final triste da morte de Jonathan que existem soldados rasos; mas existem tb generais que jamais deixarão os seus morrerem sem antes dizerem que se preocupam com eles. Ainda que esquecidos por aqueles q poderiam fazer alguma coisa pra mudar a situação. Serã lembrado em discusão numa mesa de bar ou em uma Crônica de Segunda...
Parabéns!!!
Solange

São Paulo, São Paulo, Brazil

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