Não leram Maquiavel? Ou não lembram dele? – São uns ingratos com o velho Nicolau, esses caras!



Nesta última sexta-feira, três de outubro, véspera do pleito municipal, vulgo eleições, me senti o próprio besta, dependente de um serviço público... (e convenhamos não era nenhum serviço “gratuito”, para que bem claro fique o assunto!) Que nunca é muito serviço, e público somente para aqueles que freqüentam esses locais.

Explico: aqui na cidade de São Paulo existe o bilhete único criado pela petista Marta, que dá ao cidadão o direito ( inverti) de tomar até quatro ônibus no período de três horas, pagando uma única passagem. Todavia, o cidadão precisa ter os créditos comprados anteriormente numa lotérica ou num quiosque em alguma estação de metro... No início da implantação do BU (chamemos aqui assim), caso acabassem os créditos do cartão, o usuário carregava o bilhete no próprio ônibus, ficando assim uma maior carga no bilhete reservado para quando fosse a algum local autorizado e tivesse uma quantia maior no bolso, etc., etc.... Porém, o atual prefeito, do DEM, Gilberto Kassab, tirou esse benefício do cidadão, alegando ocorrência de fraude... Ou seja, se o usuário tiver com os míseros dois reais e trinta centavos (o preço da passagem de ônibus) ele terá que encontrar uma estação de metro na sua frente, ou se danar, a pé, o restante do seu trajeto - porque se quiser carregar numa lotérica terá que desembolsar pelo menos oito reais (quantia mínima, aceitável, nesses locais). Recarragar: claro, também, certamente, porém, todavia, mas, no entanto, desde que...

Para se ter uma idéia do porquê do assunto: sexta-feira, esta última passada, imediata, justo na hora maior da movimentada São Paulo, quando mais se precisa dos tais créditos no BU... hum, o sistema falha, falha, falha e um rapaz fica na frente do quiosque avisando as pessoas. Ao menos ele avisa, é gentil.... Oh! Eu tenho vontade de gritar com esse sujeito e mandar a sua gentileza pra pê quê pê; dane-se a civilidade! Phoda-se!

O sistema paralisou geral. Ou seja, o sujeito que dependia, literalmente, desse sistema de recarga de créditos, penou. Não preciso dizer que, se Ele, o SISTEMA, fosse o original o cidadão não seria tão afetado. Ademais, se o estado funcionasse para o bem de quem lhe sustenta (sem discriminação), para compensar, minimamente, os ônibus deveriam ser de graça, quando ocorresse falha dessa ordem. Nem estou cobrando o desfalque que foi a retirada do direito de carregamento do cartão na catraca, nem estou... Chega, Poder Público, chega!!!

A minha ira não preciso mais descrever e vamos poupar tempo e o leitor nunca é mesmo sujeito que precisa ouvir discursos chorosos e coisas e tais. Só digo o seguinte: as autoridades precisam contratar assessores que pensem mais em suas estratégias de marketing, que saibam dos múltiplos interesses, que tenham lido, ao menos uma vez, Maquiavel (e para o bem de todos – dos políticos e do povo!), porque dele somente um ensinamento já nos bastaria: tire tudo que quiser do povo! Mas nunca mexa no seu bolso, isto não!

P.S.: e agora que estes dois vão para a segunda rodada do jogo, Marta e Kassab, a partida vai ficar mais interessante, e espero que as duas propostas sejam colocadas na praça e comparadas, para que todos saibam escolher, mesmo que eles ainda continuem não tão bem assessorados. Joguemo-nos. E espero que a Marta tenha relido ou passado, que seja, os olhos em Maquiavel; quanto ao atual prefeito não sei se ele já repensou sua assessoria. Vamos ver o resultado do jogo.
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