Assunto azul
Tenho sempre recebido manifestações diversas a respeito dos meus escritos todos. Algumas bastante efusivas, outras contidas, outras distraídas, outras enxeridas (as que gosto mais, sem falsidade), outras pra lá de divertidas (as que gosto menos, pois meu humor anda mal das pernas). Mas sem exceção todas me dão certo prazer e enchem o meu objeto redondo que nunca foi mesmo pra futebol, embora até aprecie chutes delicados e outros mimos sem fronteiras.
Verdade pura que o texto da última segunda-feira, foi alvo de manifestações do tipo, “não entendi nada!”... Um dos autores da expressão redita aqui atrás foi uma muita estimada amiga que lhe devolvi com esta preciosa:
- Mulher, toda vez que estou em crise e preciso esmurrar o muro das minhas lamentações, agora faço um texto embaralhado e aturdido de sons e ruídos pra ninguém ver o quanto ando mordido da bunda, caído assim comigo e enchido da vida!
(O que logo entendeu tudo, e se esparramou de choro por mim e comigo por todas as dores, que ora/avante eu sentir a cada instante da vida!) Rimado e medido pra nos fazer sempre felizes como amigos e colegas de ofício. Oxalá.
Hoje espicho mais ainda o assunto, agora, porque o ouvido do olho dela não teve culpa da minha lonjura de escrita na prolixidade daquele momento do computador, perdido no infinito dos limbos. Assim, ininteligível, quase tolo, tosco, incompreensível, ajuntado e desajuntado dos contrários e novamente no curso certo de escrita esticada, cara-comida nos seus pedacinhos de gritado no grunhido, quando for lido e ruminado por alguém de leitor ; tudo assim, nesse jeito embrenhando e desembrenhando, mas com o único fim: terminar o explicado do meu choramingado assunto, nos beiços da língua com tudo sabido!
Agora, acertado fico comigo que tudo fica entendido daquele dia em diante, sob minha cronicamente colocação, nos ajeitados do texto meu para com os digníssimos leitores. E vamos tocar adiante com isso, porque o tema já está mais que azul, de passado. Vixe, que fedor!
Moacyr Scliar: Ciumento de carteirinha
Há 5 anos
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