Páginas

12 de jan. de 2009

O assunto que d’escrevi e não agradou o homem do fígado azedo


Não tenho nada a dizer. Aliás, nem sei bem o que eu acho ou não nisso tudo, encalacrado na minha garganta de um pássaro cantador lá em Minas, isso quando me achava o garganteador mais profundo de canto mesmo pra dizer o qualquer dito de jovem guerreador. Depois eu cresci, fui crescendo feito pão no frio, à força, do meu fermento interior, forjado sem planos para o futuro acima de três dias.

Vida mansa é o que se engana na hora de decidir o saber das pessoas que não suam a camisa. Por que aquela de força nem dá espaço pro sujeito ajuntar água pra despejar no mundo por ele. Loucura é fartura de criança na gente, destrambelhada num parque infantil de toda vida em brinquedo de gente grande que diz que sabe.

Crescido, depois, garganteando, escolhi o canto pra sair da boca, e não mais seria o cantador mais profundo de mim que via nos outros em si, pra eles e, não o contrário. Se querem mesmo, veja o dissabor de provar disso, em olhos de leitor atento, pessoalmente, eu não digo nada do que não vi.

Quando tive viola dos outros na mão não pude falar o verso que quis, porque o dono torceu o nariz para o assunto meu que não lhe agradou o fígado azedo. Feito fiz que foi por boca da minha vontade o amor que eu queria trocar com os mundos de pessoas.

Sobre esse proibir de assuntos na viola deles (os outros), deixo a dúvida para o decifrador que quiser amar o demais que lhe é de todo justo o seu. Tem viola, canta, não tem, arranja. Houve isso comigo. Vão ouvir quem quiser ou não. Escuta só.



Fora da órbita

Em tempo de guerras.

Sobre elas desdigo por mim, em mundo de hoje, de quase meio século que sou por aqui.

Quando odiamos o outro, odiamos porque nos lembra algo de ruim em nós - escarrado, gritado, escancarado, catarrado. Eis o terrível de nós, encravado no outro, aquilo que não conseguimos extirpar em nosso interior aflora no próximo e isto não admitimos, não mesmo! A causa da guerra é essa! Vamos extirpar o de ruim, em nós, mas no outro que vive lá, indelevelmente, e nos ameaça com seu espelho eterno.

(O nosso ruim continuará zelando pelo bem-estar dos nossos outros que estão, umbilicalmente, grudados em nós. Quanto ao outro, não lamento).

Esse é o meu resultado mental dessa ma-temática de guerra. O outro precisa ser urgentemente morto, antes que eu, vivo, assim para o sempre da vida.

Antes que eu possa lhe amar de verdade. Odeie-me. Mas eu te amo.

Nenhum comentário:

São Paulo, São Paulo, Brazil

Seguidores

Visitas