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25 de abr. de 2010

O meu encadeado das coisas




Eu sei, caro leitor, sempre fico no fingir que ovos vou quebrar e não quebro nada - diabo dos dedos que fogem e voltam nas ameaças do que quer sair, quebrar da casca e se entornar no oxigênio da vida em posto público. É o meu jeito de parar, de ir, de voltar, de pensar, de tocar, de torcer, de cutucar e se esticar no calo das coisas que vão sendo, foram ou serão. É o tempo, o crônico, o engate, a cadeia, a ruela, a travessa e cara pra bater na janela.

O público num escrito em livro ou página de onde for, nele é um por vez, cada qual no seu fornicar, nunca em três, concomitante, assim em gozo, precisa ter e ser cada ser na sua por vez (bem assim ‘papai-mamãe’), se o buraco for o de penetrar; pernetar assim o tempo num livro, acorrentado pra um seguir em lista, em risca, em fila, em ir, um depois do outro depois que foi, que viram, que leram, sem lero-lírio, se for. Mais embaixo, ou encima, o buraco da letra faz, pode fazer, não pode, diferença na rima da vez que se coloca lá bem no cimo. Porém, no seu tempo de ser e ser de digressões, sem agir no lógico da torneira seca de um deserto, a crônica em si vai medindo-se em caco, em vidro, em ruído, sussurro, berro (ufa) e gemido. Em silêncio de seguir, de perdurar, de estancar, de existir, concretizar-se em si, durar toda vida em seu próprio eixo, isto é um sim de si que diz, como quiser seu senhor, o criador de seu.

Na minha medida, no meu traço, o continuo do sim que vai grudando com o não e vice e versa, se der, dizer de tudo em tudo, pra não dizer em nada daquilo que incerto achar meu intimado coração da cabeça. Sim, o de lá, dela, mancomunado com o do peito, aqui, qual carne e unha sendo um mesmo tal de sujeito. Ou seja, uma refrega de dois trançados comandos que se entregam do seu jeito de brigar, em si pra si e determinar o meu ir que será. E pronto. Não sou, epa, mas estou tonto.

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São Paulo, São Paulo, Brazil

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