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12 de jul. de 2010

Minas e alguns gerais de mim




Voltei à minha terra outro dia, no verso livre da minha tristeza, mais aborrecida da vida, por que naqueles lás de lá fui para levar de volta mais um pedaço de mim, para no eterno, silenciosamente, penetrar.

No dia seguinte percorri a pé pedaços de ruas, olhando em passos lentos, minha sombra desancando rumos, perseguindo lembranças velhas, antigas, coisas do tempo de meu irmão menino, como eu. Ele que foi monstruosamente competente nos seus eixos e números, agora me perdia eu nos seus tantos feitos e infeitos para eu mesmo contar a mim... (Porque histórias de gente comum, cabe a outrem, de perto, ou de longe, em sangue e coragem, apaixonado pelo personagem da pessoa humana nele registrar para um além) Assim, a ida dos daqueles que vão para os sempres ficam em algum lugar escrito, contado, para o caso de algum curioso desocupado querer saber da lição, mesmo se escola alguma a ela der classe.

Mas o aqui nisso que não é esse o de se falar agora, e sim o dizer de minúcias do meu andarilho vagar de um dia seguinte, de um alguém, que volta à terra no quieto final zero de uma vida...

As ruas, com um céu tão assim de azul a estontear-me num vento sem brisa, mostravam-me no longe da minha memória, agora tão perto assim, como unha e dedo, a pequena presença magnânima de minha mãe, por exemplo, flutuando nos eventos do cheiro do verde puro, ainda invicto, vagando num distante, agora especial, para receber-me num acaso... E na naquele dito dia encontraria, no após e no antes uma amiga desses tempos que tento me dirimir em pedrinhas que ficam caídas nas ruas dos aís e dos aquis! Ela, uma senhorinha casada, com toda a simpatia possível, conteve-se ao máximo a um abraço apertado, forte, homérico. Mesmo no assim de apertos folgados, dentro do possível, alegres e felizes, trocamo-nos em afáveis conversas e versos, tantos os vencidos e os a vencer. Pois sim, meus passos precisavam seguir no adiante daquele dia, que logo se encerraria num além bem mais tristonho do que outros.

Depois, eu fui fotografando no celular o pouco das casas velhas, que me serviam de algum arremedo de vida... E lá no embaixo do cimo, o restolho do rio Muzambo, bem mais magro do que outros anos que o vi, e perto dele os escombros da antiga fábrica de queijo, desarmada no tempo e na ferrugem; bem como o velho hotel da Dona Noêmia, ainda ostentando na puída fachada a inscrição: Novo Hotel – fone 2, - ambos guardando o silêncio do eterno, profundo e viçoso passado dos anos 40, 50 e 60, de uma velha Maria fumaça levando e trazendo gentes de progressos e progressos. Daí, um “2” bem significativo para os que ali iam e deviam voltar, o distrito de Juréia, em Monte Belo, das Minas, minhas e nossas, e as gerais todas dessa vida. Viva.






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Um comentário:

Cacá Mendes disse...

Sobre "postar" comentários neste blog: realmente ainda é um problma, e não sei como resolver... Mudar de hospedagem, será? Vou pensar
Bjs a vc, Dina!
Cacá

Abaixo transcrevo comentário da Professora Dina, enviado ao meu e-mail:

"Cacá, não consigo postar meu comentário em seu blog,então, transcrevo-o abaixo:

Arri, homi, ler você é um caminho que se vai traçando no devagar e no incerto...É assim, sempre um aperto no coração que explode na emoção humana de ler você!!!
Beijos
Dina"

São Paulo, São Paulo, Brazil

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