O pessoal de São Miguel

Encontrei neste último sábado, dia 2 de agosto, Zulu de Arrebatá, que me trouxe notícias daqueles tempos em São Miguel, quando eu gravitava em torno do MPA - Movimento Popular de Arte - que existiu nos anos oitenta em São Miguel Paulista; talvez tenha existido em outros anos também, mas não tenho a informação precisa. Importante que existiu e existiu bem.

Eu que nunca recebi e nem preenchi carteirinha do Movimento, mas me utilizei de suas estruturas num ou noutro momento, com a minha tímida poesia, me enchi de nostalgia e hoje (como em raros momentos aqui) quebro um pouco o silêncio da minha memória e cá estou MaPeAndo esse passado não tão distante. Um lugar onde ouvi de perto Tom Zé (já naquele tempo amigo do Edvaldo Santana – uma das principais lideranças daquele movimento), Walter Franco, Tetê Espíndola, o próprio Edvaldo Santana e tantos outros. Um movimento de artista, capitaneado por gente do calibre de Zulu, Sacha Arcanjo, Raberuan, Ceciro Cordeiro, Akira, Cláudio Gomes e o emblemático e performático poeta Severino do Ramo (morto prematuramente) e... a minha memória não vai dar conta.

(Que me perdoem todos os outros não lembrados aqui, que lá plantaram semente tão importante da arte na periferia - num tempo que jogar pelada em campinho já podia ser considerado feito de herói. Bravos!)

Mas voltando ao cantor e compositor Zulu de Arrebatá, que fina e modestamente apareceu em nosso Sarau (do Cineclube Baixa Augusta e do grupo Confraria dos Poetas) a convite do Guiba - a quem cortamos o bolo naquela noite por passagem do seu aniversário, unindo a fome e toda a comida que se tem pra comer – e nos presenteou com a sutileza da sua música, da sua figura... Só ofuscada pelo conjunto do evento, que em plena Rua Augusta em São Paulo, reuniu gente de leste à oeste. Literalmente: do cantor e compositor Alcides Neves de Barueri e a escritora Risomar Fasanaro de Osasco, a esse da Leste, Zulu, que ainda fala a minha língua.

P.S.: no início de setembro vamos ter mais Saraus na Augusta. E mais sucesso de bilheteria, só pra chatear nossos adversários e inimigos (uma esmagadora minoria, claro!)