Três longos anos curtos (de blog)
Imagino-me, em 11 de fevereiro de 2008, ontem mesmo de um outro dia por aí, ensaiando o meu primeiro texto para publicar aqui... Depois outro, e um terceiro (14/02/2008) que dizia daquele unzinho General Charles de Gaulle, tentando expulsar em 1968, da direção da Cinemateca Francesa, nada mais do que o "Monsieur Cinema" Henry Langlois, quando...
Abaixo, a seguir, no vir em diante republico pedaço daquela minha estreia. Entusiasta que sou do cineclubismo, do cinema, não haveria melhor figura, melhor assunto para dar raiz a um blog que se quer sério, duradouro; e sempre que possível, apesar de pessoal, um espaço da boa provocação, da boa cultura e da reflexão.
Abro as aspas, para um texto que naquele momento cumpriria a tarefa de, modestamente, lembrar os 40 anos daquele episódio na França:
(...)
Data: 15 de fevereiro de 1968. Grande manifestação em Paris, França, em apoio a Henri Langlois, que à frente de um templo do cinema mundial, a Cinemateca Francesa, era ameaçado de ser expulso pelo então ministro da Cultura da França, André Malraux, cumprindo determinações do General Charles de Gaulle. Langlois, conhecido também como “Monsieur Cinema”, era acusado de má gestão daquela instituição da memória cinematográfica, criada por ele em Paris, nos idos de 1936, juntamente com George Franju.
François Truffaut, no livro, O PRAZER DOS OLHOS: ESCRITOS SOBRE CINEMA (Jorge Zahar Editor -2005 - 352 pp – brochura) , em texto para prefácio do livro *L’Homme de La Cinemathèque: “...Várias centenas de diretores, de Chaplin a Kurosawa, de Satyajit Ray a Rossellini, enviaram aos Cahiers du Cinéma, bastante ativos nessa luta, telegramas ameaçando retirar seus filmes de uma Cinemateca sem Langlois.” E aquela manifestação de 15 de fevereiro de 1968, em defesa da permanência de quem fundara e dedicara toda uma vida à Cinemateca Francesa, foi apenas um ensaio do que seria o famoso “Maio de 68” em Paris.
(...)
Assim fiquemos conversados. Em 3 anos de existência, de teimosia, de pisadas firmes e bambas, mas em frente, tão em frente quanto um barco que precisa ver terra, pisar a terra, andar na terra e respirá-la de vez com tranqüilidade.
Moacyr Scliar: Ciumento de carteirinha
Há 4 anos
3 comentários:
Eis me. Presente!!! digo ao professor. Às vezes eu dizia...tô aqui...mas não rolava. Essa capricórnia que me ascende, agenda e cumpre.
Segunda tem.
Um abraço que dure a semana toda e recomece toda manhã.
Mano, 3 anos q realmente parece tão pouco, e é, mas para quem escreve nada é pouco; a memória prevalece. só posso deixar aqui os parabéns e torcer a favor, sempre, grande abraços desse leitor
Ô, mano bom de guerra e paz! Obrigado por me incentivar sempre, e quero dizer que também por ti torço e muito.
Abraços daqui
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